quarta-feira, 20 de julho de 2011

Defumador Indiano



OM NAMAH SHIVAYA, meus caros, prezados e queridos amigos que após insistentes súplicas minhas passam por aqui, nossa próxima história terá um fundo holístico. Com o metrô cheio acabei me aproximando de uma personagem muito engraçada. 

Madalena, esse é o nome da personagem da história de hoje. Mas como uma andorinha só não faz verão, habitando o conto e aumentando os pontos há também o nosso coleguinha JC.

Falemos de JC;  ele era um menino correto. CPF  fora do Serasa e dos serviços de proteção de crédito, morava com os pais, não falava palavrão e ia à igreja todos os domingos. JC era o orgulho da mamãe e o cidadão correto.

Madalena... Well, Madá era boa menina. Mas na balança com JC ela era muito pra frentex, digamos. Bem, se quando Deus fez JC, ele estava lendo um romance. Quando o cara lá de cima fez Madá, ele estava na feira de domingo comprando camarão pra fazer um bobó. Madalena era alegria, era palavrão, era tesão a flor da pele, era puro instinto animal, tinha sua própria religião e tudo o mais.

E caros, como sabemos: quem vê cara, não vê coração. JC, só via o rostinho cálido de Madá. Batalhou meses, tentou participar de todos os jogos que a menina participava na hora do recreio e Madá nem aí pro seu próprio mundo, quem  diria para JC. JC ficava ofegante de tanto correr no pique e ficava mais ofegante ainda quando chegava em casa e tomava banho. Se o chuveiro do menino falasse...Certamente ele ia pedir pro menino afiar seu lápis em outro lugar.

Mas como tudo na vida... uma hora, essas almas tinham que se encontrar. E se encontraram. JC estava seduzido, mas Madá sabia que a coisa não ia prestar quando o menino começou a prometer mundos. Cheio de boas ideias e intenções, JC queria dar o mundo pra Madá, queria dar a menina o mundo dele. Madá foi levando a situação...Afinal, a menina era curiosa de mais com a evolução e cruzamento das espécies. Uma típica fã de Darwin.

Vocês se lembram do personagem do  Macaulay Culkin em Meu Primeiro Amor ? Quando ele era alérgico a tudo?

JC era alérgico a tudo que Madalena gostava. Até que a menina sem querer, num bate papo pelo facebook falou sobre incenso e perguntou se JC gostava da varetinha cheirosa. Mas foi o fim. Alí, naquele momento, ela conseguiu defumar o menino. Ele se foi. Se foi todinho. Foi estudar algum livro santo que o livrasse do pecado que, se ele cometeu, foi só em pensamento.

Madá levou um susto. Nunca imaginou expurgar tão rápido uma alma do chat do facebook. Até hoje ela pensa o que JC pensou que aconteceria, será que ele tinha medo de um retrocesso em sua timeline? Teria medo de gostar de varetinhas?

Ninguém jamais saberá.

Hoje JC procura estar no canto oposto a Madá, porque né gente, a menina deve ter um borogodó muito perigoso para nosso santo JC. E Madá ama a vida e segue!

E agora José? Inês é Morta?

Não. Inês é viva e saltitante. Porque quem ri das adversidades religiosas e não se deixa levar por dogmas religiosos é feliz e consegue se dar bem com quase todo mundo. E é assim que a vida deve ser, leve e descompromissada. Praticar o desapego e cultivar a tolerância também pode elevar a nossa alma à uma skill mais high. Então, né Inesita querida, continua nesse caminho que a tua nuvem tá guardada.


E o pensador do post é: Theodor W. Adorno

"Toda a participação, toda a humanidade do trato e da conversação são simples máscara da tácita aceitação do inumano."

Para saber mais sobre esse cara, clique aqui.


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