Coruja, quando criança tinha adoração pelo Natal. Era empolgadíssima com a festa do verde e vermelho. No início ela pensava que tinha algo a ver com o Fluminense, mas era só ilusão.
Coruja, quando pequena, esperava afoita pelo Papai Noel. Fazia tudo muito direito. Tirava só 10 no colégio. Sempre tomava banho e dormia cedo. Ela só falava palavrão, às vezes. Bem, ninguém é perfeito... Todos os esforços eram para agradar seu credo no bom velhinho.
Que, diga-se de passagem, sempre passava na casa dela, quando ela já dormia. Coruja achava isso uma grande falta de educação, mas nunca reclamou com medo de ficar sem presente. Para que correr o risco? O coroa de barba branca só ficava sem o seu sorridente “obrigada”.
Bem, toda essa maravilha com o Natal começou a ruir quando Coruja descobriu que o mítico Papai Noel era na realidade seu pai. E ruiu por completo quando Coruja, já uma moça grandinha, ganhava sua pobre graninha.
A mãe de coruja era super tradicional nas festas de final de ano e fazia questão de dar mimos para todos da família e amigos mais chegados. Essa parte do DNA de Dona Corujona, não passou para Coruja. E todo final de ano era a forca. Ela tinha que empreender todo o seu pobre dinheiro (bolsa auxilio de estagiária de 2º grau) nos malditos mimos pra um pessoal sem fim.
Outro empecilho era que a Dona Corujona fazia questão de levar a filha para as ruas mais cheias do Rio de janeiro (leia-se Saara e Madureira) para que Coruja empreendesse da melhor maneira possível seu dinheiro, não deixando faltar o presente nem para o priminho de 85796 grau.
Retorno pelos presentinhos? Nem sempre. Coruja tem uma tia antropóloga que morava no Acre perto da divisa do Peru e Bolívia em todo Natal Coruja ganha artefatos dos nativos da região para enfeitar as prateleiras de seu lindo quarto cor de rosa.
Coruja ficava chocada neste momento.
Hoje Coruja já é moça feita. Não ganha nada bem. Mas ganha mais do que sua bolsa auxílio de estagiária de segundo grau. Ela é esperta. Compra logo o presente de Dona Corujona, que por tradição, é agradecimento, investimento e sempre o mais caro. E para as meninas da família, compra brincos. Para os meninos, meia ou cueca. Brincos são sempre úteis para mulheres assim como meias e cuecas são para homens.
E agora José? Inês é morta?
Claro que não. Inês vai ficar encarnada neste Natal. Afinal, a ceia não se produz sozinha. Tem também a grande faxina de final de ano. E um par de mãos a mais é sempre de grande ajuda. Hei, José!
Importante: Coleguinha o Natal é uma festa que celebra o amor em família e o Nascimento de Jesus
Ho Ho Ho. Feliz Natal.
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